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  • 13.07.2021 - 18:15

    Voto de Ney Suassuna, hoje suplente de Veneziano, salvou Omar Aziz da acusação de pedofilia


    O hoje presidente da CPI da Palhaçada no Senado, criada exclusivamente para atacar o presidente Jair Bolsonaro de possíveis irregularidades no combate ao Covid-19, Omar Aziz, não só carrega nas costas processos de corrupção, pelo desvio de cerca de R$ 260 milhões de verbas públicas da saúde por meio de contratos milionários firmado com o governo do estado do Amazonas. Contra ele também pesa a denúncia de crime de pedofilia, caso investigado pela CPI da Pedofilia na época, mas por obra e graça do então senador paraibano Ney Suassuna, hoje suplente de senador de Veneziano Vital do Rego,  seu nome foi retirado do relatório final da CPI. Confira a reportagem publicada na Folha, em 14 de julho de 2004:

     

    CPI da Exploração Sexual tira nome do vice do AM do relatório final

     

    “O nome do vice-governador do Amazonas, Omar Aziz (sem partido), foi retirado da relação de acusados do relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga casos de exploração sexual no país.
    Acusado de suposto envolvimento sexual com uma garota de 15 anos, Aziz nega os fatos e se diz "aliviado, mas triste" com o ocorrido. "Ao retirar meu nome, foi feita justiça. Um dia antes do tal encontro e de a garota ter feito a acusação, recebi a notícia de que minha filha estava doente. Eu estava no hospital com ela, que faleceu duas semanas depois. Como eu poderia ter saído com a menina se estava no hospital?"
    A exclusão do político da lista, pedida pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), foi decidida por 8 a 7 com o voto de Minerva do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), que presidiu a sessão.
    "Optei pela retirada do nome pois há dúvidas sobre a acusação do vice-governador e quero evitar injustiças", disse ele sob a vaia de membros de organizações de defesa de crianças e adolescentes que estavam presentes.
    O senador afirmou ainda que as provas de exploração sexual de adolescentes envolvem o nome do irmão do vice-governador e, por isso, foi feita a confusão.
    Aziz não quis falar sobre o suposto envolvimento do irmão com a rede de prostituição. "Não posso responder por ninguém, a polícia que tem de investigar."
    A relatora da CPI, deputada Maria do Rosário (PT-RS), disse não se sentir derrotada. "Reconheço o resultado e vamos retirar o nome, mas tenho a certeza de que o Ministério Público do Amazonas continuará investigando. Quem votou contra acredita no acusado. Eu acredito na vítima."
    Membros de organizações que acompanharam a CPI ficaram revoltados. "É um absurdo, uma vergonha que senadores e deputados obstruam uma investigação e defendam o acusado só por ser uma autoridade", disse Elisabete Borgianni, membro do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente).
    Entre políticos, juízes, líderes religiosos, empresários e outros, os citados no relatório somam 250. Com a exclusão de Aziz, somente seu nome não será enviado ao Ministério Público, que vai analisar se fará ou não denúncia”.

    ANDREA MIRAMONTES
    DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

     Folha,14 de julho de 2004