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  • 03.05.2021 - 11:34

    OPERAÇÃO XEQUE-MATE: Vitor Hugo seria uma versão municipalista de RC


    O prefeito eleito com maioria folgada de Cabedelo, Vitor Hugo, parece ser uma cópia municipalista do ex-governador Ricardo Coutinho que, por sua vez, seria uma nova versão de corruptos célebres da política nacional, aqueles que fizeram história entoando o bordão de uma das estrelas desse segmento, Ademar de Barros, que foi tudo em São Paulo no século passado e cunhou a frase famosa: roubo, mas faço.

    Ademar de Barros fez escola e um dos alunos mais aplicados teria sido Paulo Maluf, o homem que arrepiava os cabelos dos generais pela desfaçatez com que adentrava aos ambientes sofisticados da Ditadura cuja bandeira era o combate a corrupção.

    Maluf foi por muito tempo o símbolo do político corrupto com o perfil populista, abraçado pelas camadas mais pobres e saudado pelos oportunistas como um tocador de obras, que faziam a festa de setores como a construção civil.

    Outra figura que recorreu a esse estilo teria sido o baiano Antônio Carlos Magalhães, o ACM, que pontificou na Bahia e no cenário nacional com seus arroubos de prepotência e sua disposição para destinar recursos para seu estado.

    Ricardo seria uma versão mais recente dessas lideranças que se especializaram em desfalcar os cofres públicos através da realização de obras essenciais para o desenvolvimento e o bem-estar da população.

    Com esses métodos de saquear o erário, esses heróis bizarros forjaram uma trajetória que confunde os mais incautos e terminam induzidos absolve-los dos crimes supostamente praticados.

    O prefeito de Cabedelo seria uma versão menor desse estilo e na sua curta trajetória como gestor desencadeou uma onda de ações que jamais outro prefeito da cidade teve a iniciativa de fazer.

    E a paisagem do município foi radicalmente transformada com obras de pavimentação e outros serviços que o destacaram aos olhos da população e o do eleitor.

    Mas suas origens sempre foram suspeitas e suas relações e envolvimentos com os grupos criminosos – que saquearam a cidade – impossível de esconder.

    E, por fim, esses elos expostos pelas investigações e Vitor Hugo desnudado e agora misturados aos velhos companheiros como denuncia a Operação Xeque-Mate na matéria abaixo:

    O Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba (MPPB), apresentou denúncia apontando esquema de servidores fantasmas e “rachadinhas” na Câmara Municipal de Cabedelo, na gestão do ex-vereador Lúcio José enquanto presidente da Casa e de Leto Viana na Prefeitura Municipal.

    Fruto das delações feitas no curso da Operação Xeque-Mate, deflagrada pela Polícia Federal, o Gaeco levantou conteúdo investigativo que permitiu denunciar 20 pessoas, a maioria já denunciada em ações anteriores por práticas de outros atos criminosos, como ex-servidores e ex-vereadores, entre eles o atual prefeito de Cabedelo, Vitor Hugo. O Ministério Público pede a perda de mandato do gestor.

    A alegação é de que a operação teria desviado, à época, mais de R$ 5,1 milhões.

    Sob a denúncia de peculato, o atual prefeito de Cabedelo é apontado como um dos vereadores que, na época da dupla Leto e Lúcio, fariam parte de um esquema onde servidores fantasmas da Câmara Municipal de Cabedelo recebiam cheques da Caixa Econômica Federal, referentes aos salários, e devolviam aos titulares dos mandatos.

    Sob a anuência de dos dois chefes do Poder. No caso do atual prefeito, o Gaeco inclui vídeo em que Vitor Hugo teria aparecido para pegar um dos cheques com Leila Viana, funcionário da Câmara apontada como a distribuidora dos valores aos vereadores e assessores.

    Ao prefeito de Cabedelo, que até então não havia sido incluído formalmente em denúncia na Xeque-Mate, há apontamento direto de um funcionário fantasma com salário de R$ 5 mil. Ao total, oito servidores ligados ao então vereador Vitor Hugo teria sido usados para estes fins. Cinco destes, de acordo com o Ministério Público, incluídos na folha da prefeitura.

    Em alguns casos, de acordo com as delações e depoimentos, os servidores fantasmas tinham direito apenas ao décimo terceiro salário.

    Sobre prefeito Vitor Hugo, o Gaeco lista ainda que sua ascensão ao cargo de prefeito interino de Cabedelo foi resultado de articulação e anuência feita pelo próprio Leto, à época preso em razão de outras denúncias. Além de “amigo” de Leto, teria sido escolhido por ser um dos únicos até aquele momento que não havia sido fisgado pela Xeque-Mate.

    Na denúncia, além dos depoimentos dos colaboradores, o Gaeco inclui vídeos do recebimento de cheques dos salários por assessores e pelos próprios vereadores, e flagrantes dos funcionários trabalhando em outros locais e para outros fins que não em favor da Câmara Municipal de Cabedelo.

    Os denunciados serão citados pela Justiça para apresentarem suas defesas.

    A ação, de número 0801695-68.2021.8.15.0731, é assinada pelos promotores integrantes do Gaeco-PB e corre inicialmente na 1ª Vara Mista de Cabedelo.

    Veja lista dos denunciados: Vitor Hugo Peixo Castelliano, Welligton Viana França (Leto Viana), Jacqueline Monteiro França, Lúcio José do Nascimento Araújo, Antônio Bezerra do Vale Filho, Francisco Rogério Santiago Mendonça, Belmiro Mamede da Silva Neto, Rosivaldo Alves Barbosa, Tércio de Figueiredo Dornelas Filho, Rosildo Pereira de Araújo Júnior, Antônio Moacir Dantas Calvanti Júnior, Josué Pessoa de Góes, Reinaldo Barbosa de Lima, Fabiana Maria Monteiro Régis, Leila Maria Viana do Amaral, André Franklin de Lima Albuquerque, Gleuryston Vasconcelos Bezerra Filho, Adeildo Bezerra Duarte, Lindiane Mirella Alves de Medeiros e Marlene Alves da Cruz. As informações são do Portal Paraíba.

    Com jampanews