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  • 30.07.2024 - 08:22

    FRAUDE E VIOLÊNCIA: Venezuelanos seguem nas ruas protestando contra o ditador Maduro


    O confronto de manifestantes contra a ditadura de Maduro (Foto imagens google) O confronto de manifestantes contra a ditadura de Maduro (Foto imagens google)

    O povo venezuelano segue nas ruas protestando contra o resultado proclamado pelo Conselho Eleitoral que assegurou a reeleição do  ditador Nikolás Maduro.

    Nas ruas, os confrontos com a guarda de segurança do regime comunista têm se intensificado. Até a noite de segunda-feira, 29, foram registradas mais de 700 prisões de cidadãos.

    A deputada Maria Corina Machado, principal condutora do processo de restabelecimento da liberdade na Venezuela, anunciou, ao lado do candidato ‘derrotado’ pelo Conselho, Armando Gonzalez, que já tem provas suficientes para comprovar a fraude e que Maduro foi “massacrado nas urnas por mais de 70% dos venezuelanos”.

    A situação de convulsão social na Venezuela vem ganhando repercussão no mundo inteiro. O presidente da Argentina lidera uma frente de países da América Latina pedindo a saída do ditador. Em retaliação, Maduro retira os diplomatas de sete países. Confira matéria do Hora Brasília: 

    Maduro retira diplomatas de sete países e exige retirada de representantes estrangeiros

      O chanceler da Venezuela, Yván Gil, anunciou que o regime de Nicolás Maduro vai retirar “todo o pessoal diplomático das missões na Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai”, exigindo também que esses governos retirem imediatamente seus representantes da Venezuela. Gil expressou o “mais firme repúdio” às ações e declarações de alguns governos de direita, que considera subordinados a Washington e comprometidos com “postulados ideológicos do fascismo internacional”. Ele criticou a tentativa de reeditar o fracassado Grupo de Lima e afirmou que o regime se reserva o direito de “tomar todas as medidas legais e políticas” para defender a autodeterminação e enfrentar ações que comprometam a paz e a convivência na Venezuela.

    O anúncio de Gil ocorreu poucas horas após a decisão de Panamá, que adotou a postura mais firme até o momento de um governo da região sobre as eleições na Venezuela. O Panamá aplicou uma doutrina que considera que “regimes que não respeitam os direitos humanos e violam liberdades não merecem reconhecimento diplomático”, exigindo a revisão das atas eleitorais. O presidente panamenho criticou os abusos na Venezuela.

    No mesmo dia, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela proclamou Maduro como presidente em sua segunda reeleição por seis anos, após divulgar resultados que lhe conferiram 51% dos votos, contra 44% obtidos por Edmundo González. O candidato opositor e sua coalizão denunciaram graves irregularidades no processo de contagem.

    Diversos países expressaram preocupação com o processo eleitoral e pediram uma revisão completa dos votos com a presença de observadores independentes. Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai anunciaram que pedirão uma reunião urgente do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos

    Estados Unidos e Chile também manifestaram preocupações e chamaram a comunidade internacional a pressionar para que a vontade do povo venezuelano prevaleça. Jason Marczak, do Atlantic Council, afirmou que não pressionar significaria ser cúmplice.

    Entre os críticos, o presidente argentino ultradireitista, Javier Milei, atacou Maduro nas redes sociais, chamando-o de “ditador” e afirmando que a vitória da oposição era esperada. Ele também incentivou os venezuelanos a continuar lutando. Maduro respondeu, chamando o governo argentino de ditadura.

    Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, expressou “sérias preocupações” de que os resultados não refletem a vontade do povo venezuelano. O presidente equatoriano, Daniel Noboa, e a chancelaria de Costa Rica também condenaram a falta de transparência nas eleições. Nayib Bukele, de El Salvador, e Gabriel Boric, do Chile, chamaram as eleições de “fraude” e pediram auditorias independentes.

    O governo brasileiro está aguardando a publicação dos dados desagregados para avaliar a transparência e legitimidade do resultado. Andrés Manuel López Obrador, presidente do México, disse que reconhecerá os resultados se a tendência for confirmada pelo órgão eleitoral venezuelano.