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  • 10.09.2019 - 08:15

    Crise no PSB domina o noticiário politico; bancada governista na AL deve repercutir assunto. Debandada deve ser inevitável


    A Assembleia Legislativa da Paraíba, através dos parlamentares que compõem a bancada de apoio ao governador João Azevedo, deve repercutir, na manhã desta terça-feira (10), a reação do chefe do Executivo estadual e do próprio presidente da Casa, deputado Adriano Galdino, rechaçando a participação na Comissão Provisória do PSB, imposta pela Executiva Nacional, que conduziu o ex-governador Ricardo Coutinho à presidência da legenda. Através de carta, subscrita por Adriano, pelo Líder da Bancada governista na Casa, deputado Ricardo Barbosa, e por diversos integrantes do diretório estadual, o governador João Azevedo diz que  “nós não entendemos os motivos e não aceitamos a dissolução do Diretório Estadual, principalmente da forma que foi feita, recolhendo assinaturas na calada da noite e sob argumento de que seria para reestruturar o partido no Estado. Argumento este que objetivou, inclusive, a assinatura de vários diretorianos, que depois se sentiram enganados e pediram para retirar suas assinaturas.”

    A repercussão da reunião em Brasília, a carta de João e a expectativa para novos desdobramentos na seara socialista, inclusive com a possibilidade do anúncio de debandada em massa dos governistas para outra legenda, foi o assunto dominante nos blogs, portais, redes sociais e noticiários da imprensa do estado, que o MOMENTOPB transcreve abaixo algumas publicações.

    BLOG DO HELDER MOURA:

    "A reação foi fulminante. A decisão da direção nacional do PSB, impondo uma comissão provisória com Ricardo Coutinho na presidência, nem bem assentou a poeira, o governador João Azevedo já reagiu. João emitiu uma nota, com apoio de mais 17 militantes do partido, recuando o enquadramento imposto pela nacional, que o pôs como vice de Ricardo.

    Diz a nota: “Nós não entendemos os motivos e não aceitamos a dissolução do Diretório Estadual, principalmente da forma que foi feita, recolhendo assinaturas na calada da noite e sob argumento de que seria para reestruturar o partido no Estado. Argumento este que objetivou, inclusive, a assinatura de vários diretorianos, que depois se sentiram enganados e pediram para retirar suas assinaturas.”

     

    E ainda: “Uma vez eleito, o Diretório precisa completar seu mandato normalmente. Entendemos como medida anti-democrática destituir um Diretório legitimamente eleito e substituí-lo por uma Comissão Provisória, mesmo está sendo paritária e sob a tese da busca da unidade, já que esta mesma unidade sempre tivemos no partido durante toda a nossa trajetória. Portanto, não há interesse na participação em Comissão Provisória.”".

    PORTAL JAMPANEWS:

    "Nada mais emblemático a respeito do espirito conciliador que norteia o governador João Azevedo do que a carta endereçada ao presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. No documento, João Azevedo faz um relato extenso de todo esforço desprendido para preservar a unidade da legenda desde quando concordou em manter 90% da equipe de governo do antecessor até a oferta para que ele presidisse o partido, recusada por Ricardo de forma categórica.

     

    Nada foi negado, somente o direito legítimo de governar, concedido pelas urnas, preservado em nome da democracia e do respeito ao cargo, que não pode ser divido muito menos distribuído como parece pretender o antecessor e boa parte dos seus seguidores ávidos de poder e de perpetuidade, característica dos Governos autoritários e cuja extinta república soviética apresenta-se como melhor exemplo, onde uma pequena cúpula de dirigentes controlava o partido e o Governo com pretensões à eternidade.

     

    Em não participar da reunião - uma manobra para diminuí-lo e restabelecer a tão pretendida autoridade de Ricardo Coutinho, o governador deu outro golpe na truculência do antecessor e mostrou que não se curvará a sua reconhecida prepotência e, mais ainda: comprovou à direção nacional que não está sozinho nessa luta para preservar a unidade partidária.

     

    Leva junto com ele apoio e endosso de lideranças como o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino, e de outros deputados e membros do PSB, que resolveram preservar a independência e a altivez sem, entretanto, desprezar a lealdade.

     

    João Azevedo considerou um retrocesso à dissolução do diretório e deixou claro que não fará parte da Comissão Provisória dando uma demonstração de altivez que soou bem junto à opinião pública, em suspense, para ver o desfecho desse salto sem rede em que o governador se atirou e que, se alcançar o trapézio, pode marcar o início de sua trajetória política, dispensando os arreios de prata com que Ricardo pretendia enfeitá-lo para prosseguir cavalgando o poder.

     

    Se João pretendia se eximir da responsabilidade de ter destruído uma legenda que promoveu uma revolução administrativa, alcançando índices que poucos governos podem festejar, conseguiu.

     

    E conseguiu com brilho, porque sua carta é um libelo a boa vontade, à disposição da convivência pacífica do respeito aos demais, sem se curvar, porém, a intolerância e a truculência.

     

    Veja a carta do governador encaminhada ao presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira:

     

    Prezado Carlos Siqueira

    Presidente Nacional do PSB

     

    Comunicados que fomos para participar da reunião da Executiva Nacional de nosso partido, para tratar especificamente da dissolução do Diretório da Paraíba e da consequente crise que esse ato gerou, vimos por meio desta relatar o seguinte:

     

    1. O PSB paraibano venceu as últimas eleições majoritárias ainda no primeiro turno elegendo, também, 08 deputados estaduais, 01 deputado federal, 01 senador e o governador;

    2. Hoje temos no Estado quadro com 19.705 filiados, além de 58 prefeitos e 399 vereadores;

    3. Obtivemos a maioria em 209 dos 223 municípios, com 58,18% dos votos;

    4. No dia 20 de maio de 2019, em reunião da Executiva Estadual do PSB, foi passado o comando político para o ex-governador Ricardo Coutinho em comum acordo com o presidente Edvaldo Rosas, quando o mesmo ainda ofereceu a presidência a Ricardo para que este conduzisse as articulações para as eleições municipais do próximo ano. Ricardo de imediato recusou e disse que o partido estava no rumo certo;

    5. O governador João Azevedo, em reunião com Ricardo Coutinho, definiram que junto com o presidente Edvaldo Rosas, os dois ficassem à frente do projeto para as eleições de 2020;

    6. Edvaldo Rosas solicitou uma senha da FILIAWEB ao TRE em nome de Ricardo Coutinho para o mesmo acompanhar, nomear comissões provisórias, filiar e tomar outras deliberações;

    7. Em reunião entre o presidente Edvaldo Rosas e o ex-governador Ricardo Coutinho foi debatido em comum acordo sobre os candidatos a prefeitos em mais de 210 cidades do Estado da Paraíba;

    8. Edvaldo Rosas também avaliou todas as comissões provisórias e diretórios junto com Ricardo Coutinho, Fábio Maia, Ronaldo Benicio e Ronaldo Barbosa (presidente do PSB de João Pessoa);

    9. No dia 30 de julho de 2019, o presidente Edvaldo Rosas é nomeado como Secretário Estadual do Governo do Estado da Paraíba pelo governador do PSB João Azevedo;

    10. Já no dia seguinte,31, a deputada Maria Aparecida Ramos (PSB), concedeu entrevista afirmando que Edvaldo Rosas tinha que entregar o cargo de presidente do partido, argumentando não ser compatível presidir nossa legenda e ser secretário de Governo. Na mesma sintonia, a Deputada Estela Bezerra defendeu o afastamento também do presidente Edvaldo Rosa e apresenta seu nome para presidir, ou mesmo Ricardo Coutinho, a deputada Maria Aparecida Ramos ou o deputado Rubens Germano;

    11. No dia 14 de agosto fomos avisados que membros do Diretório estadual e suplentes estavam sendo procurados pela diretoriana Amanda Araújo Rodrigues, juntamente com a deputada Estela Bezerra, o ex-governador Ricardo Coutinho, a deputada Maria Aparecida Ramos e o Deputado federal Gervásio Maia, para assinarem uma lista coletiva de renúncia, justificando para isso que o partido precisava se reestruturar no Estado;

    12. No mesmo dia 14 o presidente Edvaldo Rosas entra em contato com presidente Nacional Carlos Siqueira sobre estas informações e o mesmo nega que tenha tal conhecimento;

    13. No dia 16 de agosto o governador João Azevedo dialoga por telefone, por volta das 16h30, sobre esta situação com o presidente Carlos Siqueira e o mesmo agenda uma reunião com ex-governador Ricardo Coutinho para equacionar essa crise;

    14. Pouco tempo depois, precisamente às 17h20, o presidente Carlos Siqueira anuncia pela imprensa paraibana a AUTODISSOLUÇÃO do diretório, pegando todos nós de surpresa.

    15. Solicitada a relação dos membros que teriam assinado esta Auto-dissolução, até o presente momento não nos foi apresentada.

    16.Gostaríamos de informar ainda à Direção Nacional, que várias lideranças estaduais, entre prefeitos, vereadores e deputados, têm nos procurado manifestando a tendência de deixar nossa legenda diante do clima de turbulência e insegurança, tanto jurídica quanto política, tendo em vista as eleições municipais do próximo ano.

    GOVERNO E GESTÃO

    1. Os oito primeiros meses da administração representam a continuação do projeto socialista no Estado, sem excluir nenhum programa ou política pública adotada da gestão anterior;

    2. O atual governador João Azevedo manteve cerca de 90% dos membros do governo de Ricardo Coutinho;

    3. A força desse projeto esteve sempre pautada em um trabalho coletivo, liderado pelo ex-governador Ricardo Coutinho, mas sempre alicerçado no compromisso e dedicação de abnegadas companheiras e companheiros;

    4. A direção estadual do PSB, eleita de forma democrática e congressual para um mandato que iria até outubro de 2020, sempre teve suas decisões tomadas de forma consensual, em uma dimensão da unidade partidária construída com base na vontade de fazer o melhor para os paraibanos e de uma gestão modelo para o país.

    Diante do exposto, nós não entendemos os motivos e não aceitamos a dissolução do Diretório Estadual, principalmente da forma que foi feita, recolhendo assinaturas na calada da noite e sob argumento de que seria para reestruturar o partido no Estado. Argumento este que objetivou, inclusive, a assinatura de vários diretorianos, que depois se sentiram enganados e pediram para retirar suas assinaturas.

    Uma vez eleito, o Diretório precisa completar seu mandato normalmente. Entendemos como medida anti-democrática destituir um Diretório legitimamente eleito e substituí-lo por uma Comissão Provisória, mesmo esta sendo paritária e sob a tese da busca da unidade, já que esta mesma unidade sempre tivemos no partido durante toda a nossa trajetória. Portanto, não há interesse na participação em Comissão Provisória.

    DEMOCRACIA, SEMPRE!

    RETROCESSO, JAMAIS!

    1- Governador João Azevêdo

    2- Presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino

    3- Líder do Governo no Legislativo, Deputado Ricardo Barbosa

    4- Deputada Pollyanna Dutra

    5- Deputado Hervasio Bezerra

    6- Prefeito Chico Mendes

    7- Secretário de Estado, Edvaldo Rosas

    8- Ronaldo Benício, Sec de Organização do PSB

    9- Christiane Valeria de Lucena, membro do Diretório

    10- Prefeito Ricardo Pereira

    11- Prefeita Maria Eunice Pessoa

    12- Prefeito Fábio Tyrone

    13- Prefeito Benício Araujo

    14- Denise Alburquerque, Secretaria de Estado

    15- Prefeito Murilo Nunes

    16- Ivanilda Gentle, Secretaria estadual da Negritude do PSB

    17- Joselio da Silva, Secretário estadual do Movimento Popular Socialista

    18- Valquíria Alencar, Secretária estadual das Mulheres do PSB

    19- Ednaldo Alves, Secretário de Comunicação do PSB

    20- Deusdete Queiroga, Secretário de Estado

    21- Danilson Ferreira, membro do Diretório.

    22- Luciano Canuto, membro do Diretório

    23- Vereadora Luciene Martinho, membro do Diretório

    24- Flávio Moreira, Secretario Geral do PSB

    25- Gerlano Linhares, membro do Diretório.

     

    Paraíba, 9 de setembro de 2019"

    PARAIBA JÁ:

    "O governador João Azevêdo rechaçou a formação de uma comissão provisória para presidir o PSB na Paraíba. Em documento escrito por ele e diversas lideranças do partido no Estado, a exemplo do presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Adriano Galdino, e dos deputados Ricardo Barbosa e Pollyanna Dutra, eles pregam a manutenção do diretório estadual – que era presidido por Edvaldo Rosas até a dissolução.

     

    Em reunião extraordinária nesta segunda-feira (9), o PSB nomeou Ricardo Coutinho para presidir a comissão provisória que tomará conta da legenda no Estado até a realização de eleições e João como vice – indicação esta que ele irá rejeitar, por ser contrário à formação da comissão".