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  • O gesto de Bosco Carneiro

    06/11/2019

    O deputado estadual João Bosco Carneiro surpreendeu na manhã desta quarta-feira (6) ao encaminhar uma carta ao governador do estado, João Azevedo, colocando à disposição as indicações de cargos feitas por ele no âmbito da administração estadual. Não foi o anúncio de um rompimento, mas uma forma de deixar à vontade o governador para possíveis substituições, transferências ou acomodações que pretenda efetivar na esfera administrativa sem que isso incorra em ato de rebeldia na sua atuação parlamentar em relação ao governo.

    Bem que a atitude do deputado João Bosco devia servir de exemplo para os demais parlamentares que integram a base de sustentação política na Assembleia Legislativa do governador João Azevedo. E seria ainda mais digno de respeito e um gesto de elevado espírito público se todo o secretariado, dirigentes de estatais em todos os níveis de escalões, colocassem também seus cargos à disposição do governador.

    Integrante do chamado G-11 (Grupo dos Onze) na Casa de Epitácio Pessoa, o deputado Bosco Carneiro, se antecipou a uma decisão que pode ser acompanhada pelos demais integrantes da Casa. E muito embora ninguém ainda tenha sinalizado nessa linha, é plenamente admissível que outros que desejam a condução de ações positivas para assegurar o bom funcionamento da máquina estatal, o equilíbrio financeiro-administrativo e as conquistas sociais para os paraibanos, repitam o gesto de Bosco.

    Sabe-se perfeitamente que o governador João Azevedo foi vítima de uma ação traiçoeira movida pelo seu antecessor ao impor uma intervenção no seu partido na calada da noite, exatamente num momento em que ele iniciava o processo de formação de uma equipe de auxiliares capacitada, porém nunca aproveitada de forma respeitosa nos últimos oitos anos.  

    Em consequência disso, a grande maioria da representação política na Assembleia Legislativa, a começar pelo presidente da Casa, deputado Adriano Galdino, desfraldou a bandeira da indignação por tamanha brutalidade política cometida contra o chefe do Executivo estadual, e ninguém se surpreenderá se ele resolver erguer o bastão em nome da liberdade irrestrita ao governador para a constituição de um novo governo ou mesmo na manutenção dos nomes que estão aí, porque na verdade o que valerá, acima de tudo, é o respeito, a confiança e o desejo de uma Paraíba seguindo em frente, com trabalho de verdade. 


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